Olá pessoal do Phântasos!
Decidi - depois de assistir à segunda parte do que promete ser uma trilogia baseada no livro "O Hobbit" - fazer uma pequena resenha pautada nas minhas impressões do filme e produção. Mais tarde - em outra publicação - espero poder escrever algo a respeito da primeira parte, "O Hobbit: Uma Jornada Inesperada", que tem agora um DVD de versão estendida com 13 minutos a mais no longa, disponível para a compra nas principais lojas especializadas.
Antes, devo dizer que sou fã dos livros de J. R. R. Tolkien, me tornei uma estudiosa sobre sua literatura fantástica mas não sou tão xiita com relação às adaptações cinematográficas. Primeiro porque uma coisa são os livros, outras são filmes. Cada um obedece uma lógica, passível de gosto e aprovação com um grande ponto de consideração: a interpretação/imaginação. No caso da literatura, muito do que interpretamos e imaginamos não será exatamente o que será transposto em tela grande, pois envolve pessoas e visões diversas.
Quando mais nova, os filmes ainda eram apenas projeto e filmagem. Toda empolgação era apenas conhecer mais dos livros. Tudo só potencializou pelos filmes dirigidos por Peter Jackson. Assim, sou fã da franquia cinematográfica também, bem como o pessoal do elenco. Há, claro, algumas ressalvas, algumas mudanças na história e alguns acréscimos feitos no roteiro que foram justificados, outros meio bizarros, mas ainda assim, ri e chorei nos cinemas (rsrsrsrs...) e já assisti várias vezes os tais filmes, bem como os apêndices com detalhes da produção.
Adaptar "O Hobbit" era uma angústia que vivi, já adulta na expectativa de saber se toda produção sairia do papel depois de impasses com relação aos direitos. Quando tudo estava quase se desenvolvendo, eu era uma das poucas que queria Peter Jackson como diretor, e não Guillermo del Toro, como estava pre escolhido. No fim, tudo parecia um retorno à casa, Nova Zelândia seria novamente a Terra-Média e PJ estava no comando. As filmagens começaram, o elenco estava composto e detalhes da produção vinham aos poucos, enquanto os filmes não estreavam.
Ano passado tivemos o primeiro filme, de ritmo relativamente lento, mas bem forte, com partes de apêndices que não estão na aventura de Bilbo, mas aconteciam em paralelo. Novas caras e achados de interpretação e carisma nas telonas estavam a nosso deleite.
Eis que agora a segunda parte, peço a todos que ainda não assistiram ao filme, que evitem prosseguir. Ou como se diz: SPOILERS ALERT! :D
O filme começa bem, com uma introdução de Gandalf encontrando Thorin em Bri, e encorajando-o a retomar Erebor. Um introito que PJ achou suficiente, para justificar a busca da pedra Arken para possivelmente fazer Thorin de vez rei sob a montanha. Essa é uma cena em flashback, que já segue para Bilbo, após o ataque de wargs e orcs avisando sua comitiva de que há algo os perseguindo.
É Beorn, um homem-urso. A sequência é rápida: eles fogem e entram na casa do grande urso e são quase atacados por ele. Uma excelente e eletrizante sequência, logo Beorn aparece em sua forma humana, rapidamente sai de cena e não temos muito gosto dela, pois - convenhamos - é uma das que eu particularmente mais esperava ver no filme.
Dali, o passo já era para Floresta das Trevas. Há o ataque das aranhas - cena muito bem feita. Gandalf sai de cena nesse momento à caminho de Dol Guldur para encontrar as forças malignas e Necromante.
O ataque das aranhas é finalizado pela captura dos anões pela guarda élfica de Thranduil . Uma sequência rápida novamente. Thranduil está bem na pele de Lee Pace. Eu gostei do que ele fez com o personagem e apesar de algumas críticas pedirem pontos de caricatura ou delicadeza excessiva, eu achei o personagem exato como deveria. Soou bem como Celeborn, em o Senhor dos Anéis (filme), o que sim, acho que Lee se saiu bem. Teremos mais dele na sequência? Espero que sim, pois a parte em que ele era preciso no filme foi rápida e sutil, deixando novamente aquela sensação de aceleração.
Nesse meio é que aparece Legolas e a personagem inventada, Tauriel. Essa é minha ressalva. Não há nada tão ruim que o retorno de um Legolas que não aparece na trama. Mas uma elfa comandando um exército, como papel de ser a namoradinha de Legolas bastava. Se não fosse por duas invenções de PJ: a elfa é chave de um triângulo amoroso - Legolas é interessado nela e ela é repelida pelo "futuro" sogro - Kili se apaixona por ela e Tauriel corresponde ao sentimento.
Podia ter parado no inventado romance entre os dois elfos. Há de se lembrar que Gimli admira Galadriel quando a Sociedade chega à Lothlórien, mas é uma admiração e encantamento, longe de ser um romance juvenil como soou em "O Hobbit". Não é assim tão bizarro só pela união das raças, é apenas um triângulo amoroso muito infantilizado, sem necessidade aparente.
A situação não melhora se for tratar a atriz Evageline Lilly como Tauriel. Se não bastasse ela justificar nas entrevistas a necessidade de uma "mulher" na trama, uma guerreira "ninja", ela também não me passou a mínima vontade e boa interpretação. Bonita, sim, muito. Mas só falar élfico não garante boa interpretação. Era preciso mais jeito. Algo que me fez apagar total inconstância na Arwen de Liv Tyler. Essa pelo menos, teve uma mudança no tom de voz e uma firmeza nas atitudes, mostrando uma maturidade e beleza presente na personagem e na raça.
Outro ponto exagerado é Orlando Bloom. O conhecemos como Legolas, mas um Legolas que vai aos poucos ganhando confiança no Senhor dos Anéis. Aos poicos vai se tornando, em doses homeopáticas, um guerreiro extraordinário (e até muito radical). Ali, anos e anos antes, Legolas é mimado e totalmente seguro de si. Firme nas lutas como o Legolas de O Retorno do Rei... Um exagero à parte. Embora Legolas seja sempre bom de assistir, é preciso dizer que destoou do Legolas que conhecemos, livros claro, mas filmes anteriores principalmente.
Martin Freeman garante a boa razão de o filme se chamar "O Hobbit". Bilbo é cativante, assim como Martin. Suas sequências são incríveis, desde a luta contra as aranhas que ele faz uso novamente do Anel até salvando os anões da prisão de Thranduil. A parte dos barris é modificada com um ataque orc. Elfos dando suas flechadas para todo canto, Legolas radicalizando sob dois anões em barris e um Kili que se sacrifica depois de uma flecha de Morgul na perna. Há também uma cena hilária de Bombur matando metade do bando de orcs só rolando por eles na beira do rio mas ainda dentro do barril.
Exagerada, extensa, mas com ação que Peter gosta.
Em tempo, Gandalf encontra Radagast novamente, enfrenta Azog em Dol Guldur, e é preso e subjugado por Necromante, Sauron - voz de Benedict Cumberbatch que apareceria mais tarde na voz de Smaug.
Aí o filme começa a ficar arrastado. Anões pagam a Bard para ser levados à Cidade do Lago. O arqueiro é interpretado por Luke Evans de forma bem natural e boa. A sequência é longa. Há a decisão de armas, Thorin promete prosperidade para o povo da cidade do Lago, Bard é mal visto pela população.
Nesse tempo nova mudança: Kili não vai para a montanha, pelo ferimento. Com ele, fica seu irmão Fili para cuidar dele na casa de Bard e Bofur que perde o barco de partida por acordar atrasado depois de uma bebedeira (hein?).
Em Erebor, tudo corre bem, mas de forma longa. Não encontram a porta de primeira, mas Bilbo ajuda a situação e logo é colocado para entrar na Montanha e pegar a pedra Arken. Smaug é muitíssimo bem feito, e muito legal toda sua sequência. Sorte que nesse aspecto, não passou rápido, mas é bem longa essa parte, caindo o ritmo acelerado do começo. E fora que Benedict foi uma bela escolha para dublar Smaug. Incrível!
Mas aqui faço outro adendo: se Martin tem sequências incríveis, assim é também Richard Armitage, o Thorin. Incrível como ele faz o papel de forma muito coesa com o livro, o que comprova que de fato ele é um fã. Dispensa comentários Sir Ian McKellen que é e sempre será o grande e eterno Gandalf (e de quebra, Magneto -mas isso é outro assunto!).
Na Cidade do Lago, Bard é preso tentando ir à Montanha, Kili está quase morrendo e Bolg (filho de Azog) ataca a cidade atrás dos anões. Tauriel que havia saído da Floresta para ajudar os anões, é seguida por Legolas, que no ataque de orcs na cidade acaba por tentar resolver a situação. Há umas lutas de Legolas com Bolg, mas o ápice é Tauriel incorporando uma elfa poderosa e com a folha de reis que Bofur encontrou tenta salvar o ferimento de Kili. (Bizarro, sério!)
A parte mais fiel até agora com o livro, depois dos enigmas de Gollum com Bilbo no primeiro filme se dá com Bilbo e Smaug ao final. O diálogo é ótimo. E os anões montam uma deixa para justificar o ataque do dragão à cidade. O Dragão é banhado em ouro e sai em disparada até a cidade. E é nesse corte abrupto que o filme acaba.
O que é bom, é bem capaz que o terceiro filme comece com muita ação desenvolvendo as partes que precisam ser explicadas. Os filmes são longos, algumas partes excessivamente exageradas. Mesmo com três filmes e acréscimos de apêndices, seria mais fácil filmes de duas horas e pouco de duração e não quase três para cada. O que soa que o terceiro filme pode ser tão longo quando esse foi, e com acréscimos ainda mais bizarros ou batalhas muito cansativas.
Mas fãs mais empolgados como parte de mim sempre diz é: quanto mais melhor. No fim, dizemos isso, porque a gente sabe que sentirá falta dessas coisas.
Abraços fantásticos!
PS: Por favor, membros do grupo que quiserem comentar o filme, façam! Quero também o feedback de vocês quanto à resenha, totalmente pautada nas minhas impressões.
Queiram, por favor, se sentirem em casa.